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Conclusão do Estágio

O estágio que eu fiz na Web See foi de grande valor para mim, tanto na questão de aprender como uma empresa de verdade funciona quanto no quesito experiência. Aprendi o que se deve fazer e o que não se deve fazer numa empresa, bem como aprendi muito, mas muito mesmo, e na prática, sobre como funciona uma rede de computadores na internet e intranet.

Tive muitos problemas durante essa experiência, dentre eles conflitos com outros departamentos, como o de design. O problema era o seguinte: A parte comercial vinha com a definição do que eles haviam vendido. Logo após isso era passado para o pessoal de design criar as páginas da aplicação (ou solução) oferecida ao cliente (páginas significa arquivos HTML em geral, pois a empresa fazia aplicações para a internet). Depois de feita a parte de design, vinha tudo para a parte de programação que deveria modificar os arquivos originais fazendo-os ``funcionar''. A falha nisso vinha quando o design mudava. A maioria da parte programada tinha que mudar ou ser jogada fora, pois a simples inclusão de um novo campo no cadastro de usuários já fazia com que a gente precisasse recriar o banco de dados.

Depois de muito tempo, conseguimos fazer a área de design criar arquivos HTML separados da parte programada, ou simplesmente fazer programas flexíveis em termos de alterações (genéricos seria a palavra mais apropriada). Assim, quando o design mudava a gente não teria tanto trabalho pra mudar a programação.

Mas depois de termos nos acertado com a parte de design, veio o problema com a parte comercial, que prometia ao cliente funcionalidades que a gente não sabia se seria possível. Depois de várias discussões, entre elas um caso onde o projeto foi totalmente mudado depois de pronto, conseguimos fazer com que a parte de marketing, que é quem oferece nossos produtos e vende, sempre que estivesse com dúvidas do que oferecer, viesse consultar a parte técnica para não termos mais problemas.

Tem também o problema de que todos os projetos não tinham uma equipe, mas somente uma pessoa ou no máximo duas envolvidas. Isso fazia com que o trabalho andasse mais lentamente, pois a pessoa incumbida da tarefa ficava muito ocupada e não podia ajudar outros. E se essa pessoa faltasse o projeto parava. Sem contar que não existia um incentivo em documentar e projetar (usando engenharia de software, ou qualquer outra técnica) os trabalhos impostos para os programadores. Assim muitos projetos ficaram sem documentação, e a única pessoa que o conhece é a mesma que o fez. Ninguém mais teria capacidade, e nem mesmo uma pequena chance, de entender o que havia sido feito no projeto.

Todos esses problemas em que eu me envolvi não eram as minhas atividades ``oficiais''. Eu só deveria cuidar da rede, mas as vezes eu era chamado para ajudar as pessoas que estavam muito ocupadas, ou que tinham problemas nos quais eu poderia auxiliar por um período pequeno de tempo.

Mas mesmo assim eu fiz a documentação de tudo que eu realizei na empresa, afim de deixar a pessoa que ocuparia meu lugar apta a começar de onde eu havia parado. Pena que a empresa não incentiva seus funcionários a produzir mais e continuar na empresa, fazendo com que eles procurem lugares melhores e mais rentáveis. Eu aprendi muito durante o estágio, e tudo o que eu aprendi eu poderia continuar usando na empresa. Um trabalho que eu demorava 1 hora pra fazer no início do estágio eu passei a demorar 5 minutos, ou as vezes até menos, pois havia criado programas e esquemas para facilitar minha vida. A pessoa que ficou no meu lugar não conhecia tudo o que eu conhecia, e por isso precisava aprender tudo o que eu já havia aprendido para poder cuidar da rede. Assim, uma empresa que não valoriza seu profissional, acaba perdendo muito mais que um funcionário, acaba perdendo seu capital intelectual, que hoje em dia vale muito.


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Roberto Pires de Carvalho 2000-12-13