Desafios

Por situar-se em uma área multidisciplinar e principalmente por trabalhar diretamente com pessoas de um laboratório de biologia, esta iniciação científica trouxe diversos desafios para mim.

Primeiramente, tive que lidar constantemente com pessoas que não eram da minha área, o que me ensinou muitas coisas. A maneira diferente de pensar e trabalhar abriu minha mente para além do mundo da computação. Tive que me habituar ao cotidiano do mundo científico e aprender a me comunicar com biólogos. Uma diferença que percebi entre os cientistas da computação e os biólogos é que enquanto que os primeiros estão muitas vezes preocupados com o formalismo de um algoritmo, os últimos estão muito mais preocupados com algo mais imediato, como um programa que mostre resultados.

Tive também que aprender alguns conceitos de biologia molecular, o que foi um pouco difícil pois não tinha muita base nessa área, somente o pouco da biologia do ensino médio de que me recordava. Mais uma vez, foi bom aprender coisas completamente novas para mim; uma das vantagens de se estudar em uma boa universidade é a possibilidade de interagir com áreas diferentes, o que permite uma formação sem igual.

Apesar disso, existiram momentos frustrantes durante a execução do projeto. Algumas fases, por exemplo, consistiam de extensivos testes e ajustes de parâmetros, o que foi entediante e exaustivo. A falta de resultados nessa fase e a falta de certeza de sucesso dos testes eram desanimadores. Mais decepcionante ainda foram os estudos que se mostraram inúteis ao projeto, como algumas das métricas pesquisadas. Na fase de paralelização do programa, tive que testar diversas ferramentas pois muitas mostraram problemas para serem utilizadas nos equipamentos disponíveis ou no tipo de rede que tínhamos.

Ricardo Nishikido Pereira 2004-12-06