O Centro de Saúde Escola
O CSE, Centro de Saúde Escola, da USP pertence a rede municipal de saúde. Atende a uma população de mais de 20 mil pessoas, predominantemente de baixa renda, colaborando com o Hospital Universitário (HU) da Universidade de São Paulo. O CSE é caracterizado por servir como laboratório para experiências inovadoras em atendimento público de saúde. Estas experiências, geralmente, são disseminadas aos demais centros da rede municipal posteriormente.


Os programas APD (Atençao Primária Domiciliar) e PSF (Programa de Saúde da Família) são mantidos pelo CSE. No caso do APD, trata-se, em geral de egressos de internações no HU, para os quais o prolongamento da internação não é recomendável, mas que continuam a demandar cuidados especializados, mais ou menos intensivos. Já no PSF, os critérios para atendimento no domicílio são mais variáveis, dependem de várias características locais e dos profissionais, mas prevalece a questão da dificuldade de acesso, embora haja recomendações de que todos os domicílios devem ser visitados, ao menos uma vez por ano. Os problemas de saúde abordados situam-se no âmbito da atenção primária, que são atendimentos básicos.

Os dois programas têm atenção especial pelo Ministério da Saúde, pois sua prática está trazendo inúmeros benefícios para a saúde da população. Sendo assim, o CSE também mantém uma atenção especial por esses programas. Foi acompanhando o atendimento aos programas APD e PSF, que o Dr. Rubens Kon, diretor do CSE, percebeu que estes programas poderiam ser mais eficazes e eficientes se houvesse uma ferramenta computacional que auxiliasse neste trabalho.

Diariamente, as equipes de saúde visitam domicílios participantes dos programas e preenchem documentos como roteiro de visita e ficha de atendimento. Após estas visitas, as equipes de saúde retornam ao centro de saúde e encaminham a documentação a uma equipe de digitadores que atualizam a base de dados a partir das informações contidas nos formulários.

Com este procedimento, as equipes de saúde sofrem limitações ao acesso e coleta de informações sobre o paciente visitado. Muitas vezes o paciente tem que responder a uma série de perguntas feitas anteriormente, pois o profissional de saúde não tem acesso a estas informações durante a visita. Além disso, a integridade das informações coletadas é prejudicada no processo de transcrição do conteúdo dos formulários em papel para a base de dados. Isto porque a legibilidade pode estar comprometida.

Além disso, é interessante que o profissional de saúde que atende a domicílio tenha acesso às informações de medicamentos e sua disponibilidade na farmácia do CSE. Isto possibilita ao paciente, que teve reações ou resistência aos componentes de uma fórmula, ter seu medicamento trocado no ato da visita e uma possível reserva desse medicamento na fármacia do centro de saúde.