De acordo com a CMA Physician Resource Questionnaire (PRQ) [CMAJ], do ano de 2003, um terço dos médicos em países desenvolvidos usam PDAs em seu dia-a-dia. Um número que cresceu 73% em dois anos, sendo ainda maior entre os médicos mais jovens. Segundo o PRQ, metade do médicos com até 35 anos dos países desenvolvidos utilizam PDAs e outros dispositivos móveis no trabalho. [Mh35] Veja o gráfico abaixo (retirado de [Mh35]):
A popularização de PDAs e outros dispositivos móveis entre os profissionais de saúde é supreendente e a tendência é que cresça a cada dia. Tudo isso deve-se à facilidade, à rapidez e à eficiência que o uso desses dispositivos trazem para o atendimento clínico. Neste, os PDAs são usados para simplificar e facilitar o acesso à informação. De acordo com pesquisas feitas nos Estados Unidos, as aplicações mais usadas são consulta a medicamentos, agenda, prescrever medicamentos e cálculos médicos.
Os PDAs podem ser muito utéis como diminuir o tempo de busca à informação. O acesso aos regulamentos da FDA (US Food and Drug Administration) e da EMEA (Europe Medicines Agency) torna-se mais simples.
Além disso, os PDAs podem substituir os livros de referência de medicamentos e ajudar a seleção e comparação entre as drogas. A maior vantagem do uso de PDAs nessa tarefa é a sincronização e atualização constante das informações. Assim, alertas de agências do governo, como a FDA, são rapidamente absorvidos e disseminados.
Mas a demanda por informações não se limita à área de medicamentos. As informações sobre pacientes também devem ser constantemente atualizadas e acessadas da forma mais fácil e rápida possível. O acesso ao histórico dos pacientes aumenta a qualidade do atendimento, seja este por telefone ou no consultório. Através desse histórico é possível saber as doenças que já atingiram este paciente, se é cardíaco, diabético, se foi transplantado, se tem alergias, se toma algum medicamento atualmente, etc. Essas informações poupam o médico de repetir perguntas feitas anteriormente ao paciente e possibilitam que a prescrição de medicamentos seja mais eficaz.
Atualmente, o registro dessas informações é um grande problema da medicina. De acordo com uma pequisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 86% das informações trocadas entre pacientes e médicos, fora do consultório e por telefone, se perdem. [estsp]
A princípio, podemos pensar que a realidade é outra nos hospitais. Usualmente, o registro do histórico médico do paciente com anotações sobre consultas, tratamentos e medicações é responsabilidade dos especialistas clínicos.
Entretanto, na maioria das vezes, esse registro não é feito adequadamente ou sua legibilidade é alterada, gerando conflitos nas informações.
Uma experiência foi realizada em um hospital americano para medir o aumento da qualidade dos registros feitos em versão eletrônica comparados às notas feitas à mão.
Os profissionais de saúde efetuavam os registros em seus PDAs, que eram sincronizados com a base de dados do hospital. A qualidade da documentação cresceu muito. A quantidade de itens redundantes ou inconsistentes diminuiu significantemente. Além disso, o tempo para reunir as informações relacionadas a um determinado paciente é muito menor utilizando PDAs do que papel.
O uso de PDAs também está se tornando popular entre estudantes de medicina [PDAexp]. Muitas escolas de medicina exigem que seu alunos tenham experiência em diversas áreas, como pronto-atendimento, consultório e atendimento hospitalar, através de rodízio nas áreas. Manter os PDAs dos alunos sincronizados com uma base de dados central ou com o desktop do professor possibilita um retorno mais rápido e orientação mais precisa, ajudando o desenvolvimento destes futuros profissionais.
[voltar]