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Análise Fatorial do MLME

A análise fatorial é um método para exploração de conjuntos multidimensionais que podem ser representados como uma soma de produtos de funções (Garcia[4],Mallinowski[10]).

Sendo nosso conjunto multidimensional representado pela matriz de resposta espectral dos componentes puros, quando utilizadas as diferentes bandas do satélite, podemos decompor a imagem no seguinte sistema superdeterminado de equações:

$\displaystyle D = \overline{R}\overline{F}$ (1)

onde a matriz $ \overline{R}$ representa a resposta espectral dos componentes puros em cada uma das bandas do satélite e a matriz $ \overline{F}$ descreve a proporção desses componentes em cada um dos pixels da imagem.

Vamos definir npix como o total de pixels de uma imagem, nend como o total de componentes puros da imagem e nban como sendo o total de bandas analisadas.

A matriz $ \overline{R}$ tem nend componentes puros para cada uma das nban bandas. A matriz $ \overline{F}$ tem a proporção em cada uma das nban bandas para os npix pixels da imagem.

Multiplicando a matriz da imagem D por sua transposta obtêm-se:

$\displaystyle Z = DD^T$ (2)

A matriz $ Z$ representa a medida da associação dos pontos da imagem entre si de forma a representar também a imagem. Ela é denominada de matriz de covariância (Reyment[12]). O tamanho dessa matriz varia conforme o número de bandas analisadas da imagem.

A partir de $ Z$ pode-se computar os autovalores e autovetores respectivos dessa matriz, que indicam a disposição dos dados no espaço de variáveis. Os autovetores indicam as direções das maiores porções do espaço por onde os dados estão dispersos e os autovalores respectivos a cada um dos autovetores indicam o tamanho da dispersão dos dados na direção em questão.

Cada autovetor é relativo a um determinado componente de mistura encontrado na imagem, cujas respostas em freqüência são independentes entre si.

Seja $ Q$ a matriz de autovetores de $ Z$, onde as linhas são as coordenadas espaciais dos autovetores e cada coluna descreve um possível componente puro espacialmente. Seja $ \lambda$ uma matriz diagonal cujos respectivos valores representam os autovalores de $ Z$.

Segundo as propriedades de autovetores e autovalores, pode-se escrever a seguinte equação:

$\displaystyle ZQ = Q\lambda$ (3)

Os vetores de $ Q$ são ortogonais entre si e possuem norma 1, formando uma base ortogonal (Barone [1], Callioli[2]), e por isso possui inversa que também é a matriz transposta de $ Q$. Será denominada a matriz inversa de $ Q$ por $ Q^{-1}$ e a matriz transposta de $ Q$ por $ Q^{T}$.

Usando a decomposição por valores singulares (Singular Value Decomposition - SVD) (Reyment[12]), pode-se obter representações abstratas da matriz $ \overline{R}$ e da matriz $ \overline{F}$ obtendo:

$\displaystyle D = VSU^T$ (4)

A matriz formada por $ V*S$ é a forma abstrata da matriz $ \overline{R}$ (matriz $ R_{a}$) e a matriz $ U$ é a forma abstrata da matriz $ \overline{F}$ (matriz $ F_{a}$).

A partir da matriz $ \lambda$ calcula-se a matriz $ S$ de valores singulares:

\begin{displaymath}S = \left[
\begin{array}{cc cc}
s_{1} & 0 & \cdots & 0\\
0 ...
...ots & \vdots\\
0 & 0 & \cdots & s_{n}\\
\end{array}\right]
\end{displaymath}

onde $ s_n = \sqrt{\lambda_n}$, sendo que n é o número de autovalores da matriz $ \lambda$.

A matriz $ V$ é a matriz de autovetores de $ Z$, logo $ V$ é igual à matriz $ Q$.

Os elementos da matriz $ U$ são da forma:

$\displaystyle U = D^{T}VS^{-1}$ (5)

Comparativamente com a primeira equação obtem-se a relação por analogia:

$\displaystyle U^T = F_{a} \equiv \overline{F}$ (6)

e

$\displaystyle VS = R_{a} \equiv \overline{R}$ (7)

A equação (6) representa a matriz abstrata de proporção dos componentes de mistura em cada pixel.A equação (7) representa a matriz abstrata de resposta espectral dos j Endmembers.

O problema a ser resolvido consiste em descobrir uma matriz de transformação $ T$ inversível de tamanho número de endmembers x número de endmembers que se denominará por Indivíduo onde:

$\displaystyle R = R_{a}T^{-1}$ (8)

e

$\displaystyle F = TF_{a}$ (9)

Logo:

$\displaystyle D = R_{a}TT^{-1}F_{a} = RF$ (10)

Isso acontece pois tanto $ R_{a}$ quanto $ F_{a}$ podem possuir dados que não possuem a equivalência física desejada. Dessa forma, deve-se encontrar novas matrizes $ R$ e $ F$ que correspondam fisicamente às matrizes $ \overline{R}$ e $ \overline{F}$ esperadas.


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Anselmo Hitoshi Kumazawa 2003-12-10