BCC x Estágio
Fazer parte do mundo corporativo foi certamente uma experiência
recompensadora para mim, pois pude vivenciar o dia a dia de uma empresa
grande e ter uma visão mais concreta do que existe por trás dos produtos
disponíveis no mercado. Além disso, também pude perceber as diferenças entre
o mundo acadêmico e o mundo corporativo, não pude deixar de notar que existe
um vão consideravelmente grande entre a teoria e a prática, mas com o
estágio, tive a oportunidade de aprender a fazer a transição da teoria para
a prática e vice-versa.
Como uma grande diferença entre a graduação e o estágio eu apontaria o
método de desenvolvimento de software. Nos EPs, mesmo em projetos um pouco
mais complexos, como os de laboratório de programação, existe pouco
planejamento por parte dos alunos no que se refere a codificação e a
estrutura do programa final e a documentação feita é um tanto quanto pobre.
Nós basicamente pensamos enquanto programamos e documentamos somente o que é
estritamente essencial. Na empresa as coisas são muito diferentes. Existe
muito planejamento sobre o que será feito, definindo tudo nos mínimos
detalhes, seguindo especificações bem estritas. Quando codificamos, devemos
comentar muito bem o código para que outros possam entendê-lo e também
escrever diversos documentos sobre o programa. Eu diria que no
desenvolvimento corporativo de software passa-se somente 30% do tempo de
fato codificando o programa e os outros 70% planejando-o e documentando-o.
No começo do estágio, esse tempo gasto em planejamento e documentação me
parecia absurdo, porém agora percebi que são fundamentais no desenvolvimento
de software, pois diferentemente dos nossos EPs, muitos clientes irão usar
esse programa e é muito provável que se seu código possui um "bug", mais
cedo ou mais tarde ele virá a tona. Isso me fez perceber o quão não-robustos
eram os programas que fazíamos para os EPs. Além disso, os testes feitos nos
EPs eram muito "heurísticos", em outras palavras, simplesmente chutávamos
alguns casos possíveis e verificávamos se o programa funcionava como
esperado. Na empresa, os testes são muito mais sistemáticos e têm uma outra
grande vantagem, são automatizados. Dessa maneira é possível estressar o
programa para ver como ele se comporta quando sobrecarregado e etc.
Um grande ponto a favor do IME, como dito na seção "Considerações
Finais", é
que aprendi muito bem como aprender coisas novas. Então familiarizar-me com
o que é feito na empresa foi muito fácil. Aprendi rapidamente o que era o J/XFS
e como pensar dentro do conjunto de regras dessa especificação. Tendo claros
os conceitos, tudo se tornou muito mais fácil.
Trabalhar em uma equipe numerosa foi outra experiência enriquecedora que
obtive nesse estágio. Antes de começar a trabalhar eu temia que o ambiente
de trabalho seria muito competitivo, do tipo cada um por si, porém a
cooperação entre os colegas e o ambiente de trabalho amistoso foram
surpresas muito boas para mim. Todos os membros da equipe são muito
receptivos e sempre arranjam tempo para nos ajudar. Aprendi muito com meus
chefes e colegas e nesse ponto do estágio estou podendo até mesmo ensinar
algo para algumas pessoas. Nesse aspecto, eu diria que a forma de cooperação
entre os colegas de trabalho e entre os colegas do BCC é muito parecida,
pois todos ajudam uns aos outros e dessa maneira todos saem ganhando.